sábado, 21 de abril de 2012

Os tempos da vida


           Conjugar os verbos já não é mais uma condição para passar de ano; agora me parece uma coisa muito simbólica. Conjugar verbos é conjugar a vida.
           Começamos com a primeira pessoa "eu". Instinto de preservação de cada indivíduo, lutamos para nos afirmar. Na sociedade em que vivemos, esse instinto gerou um culto ao ego, mas, felizmente para nós, a conjugação não se esgota na primeira pessoa. Logo vem o "tu", o encontro, diálogo, responsabilidade mútua; "ele" que também existe e deve ser lembrado; o mérito de nós é óbvio; "vós" cerimonioso e reverente demais. O "eles", nos lembra quem está distante.
           Também temos os tempos que estão em nós, esperando a administração e diferenciação individual. O passado, presente e futuro; com seus enxertos perfeitos. Os tempos verbais nos falam da vida, é bom aprender conjugá-los.
                                                                                           Moacyr Scliar   
                                                                                           (adaptação de Leonardo Andrighetti)                                                                                                

       O coração tem razões que a própria                  razão desconhece

            Toda vez que se comenta sobre amor. a primeira ideia é relacioná-lo ao coração, mas o princípio do amor começa na cabeça, ligando pensamentos e sentimentos a determinadas pessoas. A participação do coração vem depois, porque primeiro pensamos no que queremos e o coração decide o caminho mais correto a se seguir.
            Depois que o coração decide é difícil mudar de ideia; mesmo que a mente não concorde, os sentimentos falam mais alto. Aí é que a pessoa perde a razão, o conflito entre sentimento e pensamento é inevitável, transformando a pessoa em um apaixonado indecifrável.
             A mente, quando obedece aos sentimentos, faz com que a pessoa se desligue do mundo e crie um vínculo muito grande com sua pessoa amada, criando códigos, caretas, adjetivos; uma relação incompreensível.
             O que torna o amor interessante é esse mistério que gira em torno dos apaixonados, a falta de uma resposta que explique a perda da razão nesses momentos da vida. 
                  
                                                                                                         Leonardo Andrighetti